Aprovado no vestibular da UFMA aos 16 anos, Rubens concluiu o curso de Direito aos 21 e, hoje, aos 36 anos, é mestre em Direito Constitucional.
“Uma mentira dita 1.000 vezes acaba virando verdade”. “Filho de peixe, peixinho é ”. “Goiabeira não pode dá manga, mas, sim, goiaba”. Esses são alguns dos muitos adágios populares usados para traçar o estereótipo de uma pessoa. “Ele é burguês”. “Ele não cheira a povo”. “Ele é payboy”. “Ele é herdeiro político do pai”.
Infelizmente, tanto os jargões quanto as frases preconceituosas tem sido utilizadas para estereotipar o deputado federal licenciado e pré-candidato a prefeitura de São Luís – Rubens Pereira Jr(PCdoB), filho de Rubens e Suelly Pereira. Leva-se em consideração, além do rosto bonito e condição financeira, apenas, a trajetória política, e não de vida, traçada pelo patriarca e percussor da família que abraçou a carreira política: o pai, que foi prefeito de Matões e deputado estadual.
De forma contrária a tudo que vem sendo apregoado nos debates nas redes sociais, em especial nos grupos de whatsapp, iremos esmiuçar o lado desconhecido de Rubens Jr. Casado com a enfermeira Tereza Pereira, pai de um casal de filhos, a infância não foi vivida em uma área nobre da capital maranhense, pelo contrário, nasceu em 1984 em um bairro periférico, conhecido como berço da cultura: Madre Deus.
Diferente de muitos advindos de família abastada, com nome e sobrenome, assim como os membros da sua família, até adentrar para vida pública, como detentor de cargo eletivo, priorizou a educação. Com 16 anos foi aprovado para o curso de Direito da UFMA, dois anos depois logrou êxito no certame para o cargo de Analista Judiciário no Tribunal de Justiça do Maranhão, já aos 21, mesmo precisando conciliar o estudo com o trabalho, concluiu a graduação e, em seguida, obteve aprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB.
ESTEREÓTIPO MENTIROSO E PERVERSO
Na realidade, percebe-se que falam tanta coisa de Rubens que chega ser engraçado. Traçam um estereótipo perverso, e sem ter o que falar, pois as críticas negativas não são direcionadas a capacidade gestora ou parlamentar, o único argumento usado é o adjetivo “filhinho de papai”, usado de forma pejorativa.
Entretanto, se o sobrenome fosse fator preponderante, o deputado federal Eduardo Braide não estaria na liderança absoluta, nas pesquisas de intenção de voto rumo à prefeitura de São Luís. Senão vejamos:
Eduardo Braide é filho do economista piauiense Carlos Braide, eleito pela primeira vez deputado estadual em 1986 e reeleito cinco vezes. O pai foi presidente da Assembleia Legislativa e Governador do Estado, de forma interina. Além de sobrinho da deputada Janice Braide(irmã do pai), eleita deputada em 1994/1998/2002, também é sobrinho do ex-prefeito(marido da tia) de Santa Luiza por inúmeros mandatos.
Eduardo foi criado no seio político, pois aos 10 anos Carlos Braide fora eleito deputado pela primeira vez. Formou-se aos 24 anos e aos 29, semelhante ao pai, entrou para a vida pública na qualidade de gestor, sendo nomeado para Caema. Aos 34 anos assumiu o primeiro mandato eletivo, também seguindo os passos do genitor e, hoje, aos 44 anos é deputado federal e líder na intenção de voto para a Prefeitura de São Luís. Então, pergunta-se: será que o sobrenome político de fato é o fator pelo qual Rubens vem sendo atacado?
Em uma rápida comparação, levando em consideração descendência política, percebe-se que a grande diferença entre os patriarcas de Eduardo e Rubens é apenas uma: enquanto Braide fez fortuna na política, sem conhecimento livresco, Pereira precisou escavar barranco, em busca de ouro, no garimpo de Serra Pelada.
“Ser filhinho de papai” não pode ser critério para definir a trajetória política de quem quer que seja, incluindo, assim, Rubens, Braide ou até mesmo Neto Evangelista, que também herdou o sobrenome e o capital político do pai, o ex-deputado e ex-vereador João Evangelista.
“Falam e fazem tanta comparação que até soa como comédia. Acredito que o sobrenome não pode ser o critério determinante para o êxito nesse projeto que hoje estou inserido, haja vista que a grande maioria dos nomes que estão na disputa, inclusive o líder em todas as pesquisas, o deputado federal Eduardo Braide, é herdeiro político do pai, o ex-deputado e ex-governador do Maranhão – Carlos Braide. Meu pai não é só meu pai, é meu amigo, meu companheiro, meu articulador político, minha referência não na política, mas de vida. A ele agradeço os valores que me foram ensinados e que alicerçaram o meu caráter. Por ele tenho respeito e orgulho. É complicado o meu sobrenome servir como parâmetro para mensurar a minha capacidade técnica, parlamentar, política e de gestão”, afirmou Rubens.
CONHECIMENTO COGNITIVO
Advinda do interior do Estado, a vida pública nunca foi prioridade para família Pereira, que venceu através do estudo, tanto que além da irmã dentista, da avó materna magistrada, Rubens possui outros dois tios juízes, além de engenheiros e outros com distintas formações acadêmicas. A trajetória do jovem advogado também fala por si só, que mesmo tendo exercido quatro cargos eletivos, dois no Parlamento estadual e outros dois no Federal, nunca deixou a educação de lado e, aos 36 anos, é mestre em Direito Constitucional pelo Instituto Brasileiro de Direito Público (IDP).
Rubens não se envergonha em afirmar que cresceu tomando caldo de cana com pastel, no bar do João, na Rua do Sol, jogando futebol de praia pelo time do Totó do Mercado Central, aprendeu a beber no bar Donatus no Bequimão, conheceu sua esposa Teresa – no Viva do Cohatrac e frequenta o círculo de oração da irmã Márcia, na Vila Palmeira.
“Toda minha vida foi em São Luís, cidade que nasci e cresci. Aqui aprendi a sorrir, chorar, sofrer, cair e levantar. Aos 16 anos usava o ônibus do Campus para ir à Ufma. Será que mereço ser julgado pela minha aparência física? Será se com toda essa trajetória de vida é justo o estereótipo que me é imposto? O meu sobrenome deve ser o único balizador para definir se de fato tenho competência para exercer a posição que hoje almejo? Será que devo ser crucificado pelo fato do meu pai ter tido sorte no garimpo de Serra Pelada? Entendo que o julgo popular não deveria ser pelas posses ou sobrenome, embora seja muito comum, Pereira e Silva. A educação é o meu pilar, a política foi uma consequência, mas não fiz dela uma profissão. Acho injusto o critério de julgamento. Deveria ser avaliado pelo compromisso com aqueles que mais precisam, a forma de tratar o próximo, a responsabilidade em gerir a coisa pública, além dos valores e caráter que aprendi no seio familiar”, finalizou Rubens.