Chefe do executivo teria nomeado parentes de juiz, promotora e delegado em cargos na prefeitura para abafar escândalos que envolvem sua gestão
Um dossiê obtido pela reportagem mostra algumas das estratégias usadas pelo prefeito de Imperatriz, Assis Ramos (DEM), para abafar escândalos que envolvem sua administração. Para isso, segundo o documento, o chefe do executivo imperatrizense conta com apoio do delegado de polícia, da promotora e do um juiz, que são agentes públicos responsáveis em investigar, denunciar e julgar, respectivamente.
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As denúncias expondo as vísceras de uma perigosa relação que extrapola os limites de cada Poder no país motivaram representação junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e podem motivar, inclusive, uma operação da Polícia Federal (PF).
O acervo que narra o caso teria sido construído a partir de documentos oficiais da prefeitura, da Câmara e demais órgãos envolvidos. O documento diz que a sociedade de Imperatriz está mobilizada contra uma série de escândalo na administração do prefeito Assis Ramos, que conta com o apoio de representantes do Judiciário, do Ministério Público Estadual e de um delegado da Polícia Civil.
Segundo o dossiê, o juiz de direito Joaquim da Silva Filho, cujo filho é namorado da atual secretária de Saúde do Município, Mariana Jale, teria recentemente colocado por terra uma CPI aprovada pela ampla maioria da Câmara Municipal, exatamente para apurar desvio de recursos na Saúde.
A peça acusatória destaca que do lado do Ministério Público, a promotora de Justiça Raquel Chaves Duarte Sales, teria o irmão Renato Chaves Duarte, pendurado na folha de pagamento, como dentista, enquanto o delegado de polícia Paulo de Tarso Cruz Viana emplacou suas três irmãs: Veruska Noleto Viana Miranda, Jackeline Noleto Viana Jaime e Gardênia Noleto Viana Chaves, no generoso cabide da prefeitura da Princesa do Tocantins.
“Bom, lembrar que Assis Ramos é delegado da Polícia Civil e, quando foi delegado regional de Presidente Dutra, nomeou, como delegado “calça curta”, para as cidades de São José dos Basílios e Joselândia, o homicida Gil Frank, que nunca teve vínculo empregatício com o Estado e que, no período, aguardava julgamento por haver assassinado uma pessoa em Codó”, diz trecho do documento.
O acervo diz ainda que o Sindicato dos Policiais Civis fez a denúncia e o então secretário de Segurança, o atual deputado federal Aluísio Mendes exonerou o assassino-delegado. Na realidade, ela era serviçal de Assis Ramos.
APOIO E IRREGULARIDADES
Entidades da sociedade civil organizada estão denunciando as irregularidades praticadas na administração públicas aos órgãos de fiscalização, como Ministério Público, tanto o Estadual como o Federal. A promotora Nahyma Ribeiro Abas, responsável por acatar as denúncias, jamais emitiu qualquer sinal de que pretende adotar qualquer medida.
Um fio de esperança fica por conta da juíza aposentada Maria das Graças Carvalho de Souza, que chegou a emitir uma carta aberta à Corregedoria de Justiça do Maranhão, ao Conselho Nacional de Justiça – CNJ, e aos Ministérios Públicos Estadual e Federal, denunciando todo tipo de corrupção que vem acontecendo naquela cidade.
Enquanto as autoridades competentes fecham os olhos para a roubalheira desenfreada em Imperatriz, um dos beneficiários da ação dessa quadrilha é exatamente o pai da secretária Mariana Jales. Empresário e proprietário da Empresa IMPEL, no qual a mesma (Mariana Jales) faz parte do quadro dos servidores públicos do município, emplacou mais uma licitação como fornecedor. São ações de uma verdadeira quadrilha, chefiada por um prefeito que é delegado concursado da Polícia Civil do Maranhão.