Um artigo publicado pelo secretário municipal de Comunicação, Joaquim Haickel, representa o mais recente episódio de crise no Palácio de La Ravardière – sede da prefeitura de São Luís, em meio a divergências do prefeito Eduardo Braide com seu auxiliar.
Segundo o blog apurou, o chefe do executivo ludovicense não gostou de vê anúncios pagos por sua administração em alguns blogs – um deles do jornalista Raimundo Garrone – alinhado ao governador Flavio Dino e teria exigido explicações do titular da Secom.
Para justificar a cobrança do mandatário da Prefeitura, Haickel teria publicado um artigo com o título “Garrone e Eu”, onde explicou os motivos pelos quais inseriu o blogueiro amigo no rol de contemplados para receber a publicidade governamental da gestão bradista.
“Politicamente eu e Garrone sempre estivemos em campos opostos, mas mantivemos uma boa relação, baseada em respeito e consideração”, explicou Haickel na publicação.
A justificativa não agradou o chefe do executivo. No entanto, a eclosão da primeira crise do governo Braide expôs um prefeito que age por impulso, submetido a pressões de dois grupos distintos de interesse: os familiares e os aliados políticos de maior confiança.
Após semanas de sangria pública do secretário de comunicação, integrantes do governo tentam apaziguar os ânimos para manter o auxiliar no cargo, mas não conseguiram evitar o vergonhoso constrangimento que o auxiliar passou, nem a imagem de que Braide está sujeito à influência de pessoas próximas.
Com quase 15 anos de carreira política, Braide passou por três partidos (PSB, PMN e Podemos), sem criar vínculos nem obedecer a cartilhas doutrinárias. Nesta trajetória de lobo solitário, poucas vezes se deixou levar pela opinião de assessores ou hierarquias partidárias.
Tudo mudou quando ele vestiu a faixa de prefeiturável. Investido do mais alto cargo do município, o advogado tem agora dezenas de pessoas no entorno, cujo objetivo é ajudá-lo na tomada de decisões, mas só atende aos conselhos dos familiares – principalmente da esposa, Graziela e dos irmãos.
O que disseminou pânico no Palácio do Governo Municipal foi a obediência do prefeito aos conselhos dos irmãos, em detrimento de aliados experientes e estrategistas tarimbados.
Governistas ficaram assustados com a forma como Braide tratou o secretário levando-o à humilhante publicação de um artigo para justificar uma parceria cuja a discricionariedade também depende do próprio auxiliar.
Nos corredores, os comentários envolvendo a polemica com Joaquim dão conta de que ele, um fã incondicional da sétima arte, que ama a literatura, deve se preparar nos próximos dias para fazer algo que ainda não se especializou: vai dançar!