Uma série de documentos expostos em reportagem do jornalista Isaias Rocha publicada na sexta (10) mostram que parte do processo de licitação do transporte público em São Luís foi fraudado. Segundo a matéria, a licitação na gestão de Edivaldo Holanda favoreceu a Viação Primor.
Segundo a reportagem, a Viação Primor Ltda venceu a licitação e colocou as mãos em um contrato de 20 anos que deve ultrapassar R$ 2 bilhões de reais. O problema é que a empresa venceu um processo que, de acordo com a lei, não poderia nem mesmo participar.
A Viação Primor Ltda não poderia participar do processo pois mantinha dívidas com a Prefeitura de São Luís. Situação legal que deveria retirá-la automaticamente do processo. Além disso, proprietários da empresa possuem grau de parentesco com familiares da gestão Edivaldo Holanda Jr. Parentes não podem concorrer em licitações segundo a legislação brasileira.
Participaram do processo pelo Lote IV, que possui as linhas mais rentáveis da cidade, três empresas: Consórcio Leste, Consórcio Nova Ilha e Viação Primor Ltda. A matéria mostra documentos que comprovam que a Central Permanente de Licitação da Prefeitura de São Luís, após intervenção da Viação Primor Ltda, desclassificou as outras duas e acabou, diretamente, entregando o contrato bilionário à Primor.
Outro fato, que foi tornado público na época, reforça a suspeita sobre a ação de uma quadrilha que operou para fradar a licitação e beneficiar a Primor com o contrato bilionário. O relator da Central Permanente de Licitação do Município de São Luís (CPL), Andros Renquel Melo Graciano de Almeida, foi denunciado e virou réu na Justiça Federal do Piauí após uma série de denúncias em razão de supostos crimes cometidos em licitações naquele estado.
A matéria, de acordo com o jornalista Isaias Rocha, deve ser a primeira de uma série que deve trazer a público mais provas sobre a fraude no sistema de transporte público de São Luís.