“Caminhou para o extremismo. Ele escolheu se filiar ao partido que mais votou com as propostas do governo Bolsonaro na Câmara e que prejudicam os direitos sociais”. Foi com essa resposta que o governador Flávio Dino (PCdoB) enquadrou, em vídeo, o candidato a prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PODE), que antes, nas redes sociais, acusou Dino de ter “abandonado São Luís”.
Dino não listou quais seriam essas propostas do governo Jair Bolsonaro (sem partido) que Braide endossou em troca de apoio político, mas o deputado federal maranhense vem preferindo ocultar algumas dessas ‘manobras’ de sua campanha.
Um dos principais exemplos de sua atuação contra os direitos sociais foi em um episódio lamentável da nossa história recente: a votação da Medida Provisória 881/2019, mais conhecida como MP da Liberdade Econômica, que retirou direitos dos trabalhadores e facilitou o descumprimento das leis trabalhistas.
Apesar de atingir em cheio centenas de trabalhadores de São Luís e de todo o Maranhão, Braide votou favorável ao texto que flexibilizou regras trabalhistas, com mudanças no trabalho aos domingos e a dispensa de registro de ponto para empresas com até 20 empregados (antes eram 10).
Para muitos especialistas, esta última mudança abriu brechas para irregularidades, com patrões pedindo para empregados atuarem além do combinado na contratação e com o não pagamento de horas extras.
A Medida Provisória apoiada por Eduardo Braide autorizou ainda o trabalho aos domingos para todas as ocupações e ainda inverteu a regra de prioridade do descanso semanal ser aos domingos.
Isso Braide não expõe em seu programa político partidário, tampouco escancara na TV suas relações escusas com as políticas excludentes de Bolsonaro.
Talvez apenas uma lógica esteja por trás dos anseios políticos de Braide, como disse de forma cirúrgica o governador Flávio Dino: “Braide está junto ao que tem de pior na política brasileira”.