Infelizmente a companhia ‘Vale do Rio Doce’ -antiga estatal privatizada para melhor servir a população- não mudou em nada. Acreditamos, pelo contrário, que tudo piorou devido a privatização para a mineradora tanto na área de operação como na de projeto. Em adição, nossa reportagem recebeu mais uma notícia desagradável envolvendo a comunidade do conjunto Bacelar na área Itaqui Bacanga em relação a VALE, onde a comunidade acredita estar bebendo “água mineral” – água estando misturada com o minério de ferro. (assista o vídeo abaixo):
Bem da verdade, Não consigo acreditar que o governo e a Vale tenham entrado em um acordo para a construção dessas edificações do conjunto Bacelar em uma área inteiramente comprometida com partículas de minério advindos dos inúmeros estoques e transportes das rochas trituradas aproximados daquela área. É possível que não houve nenhum estudo técnico? ou a logística segue a seguinte premissa: “Vamos jogar esses animais em qualquer lugar e ‘seja o que o bicho quiser’?” Atenção governos; basta de “Não senhor” e “Sim senhor”. Quem manda no Maranhão não é a VALE. O Maranhão é de todos nós. Correto?
A VALE vem há décadas fazendo o que quer e ninguém faz nada à respeito. As operações portuárias são de uma deficiência tão grande que a qualquer momento poderemos chamar a Baía de São Marcos de Cemitério de Navios. Muitos acidentes foram causados por ineficiência operacional. Darei aqui um exemplo apenas para refrescar a memória dos esquecidos: quem não se lembra do navio Trade Daring que, até hoje, não foi divulgado as causas QUE DIVIDIU O NAVIO AO MEIO? para quem não sabe, esse caso foi mais um dos inúmeros erros operacionais portuários. O navio, na época, partiu-se ao meio por conta do carregamento que deveria ter começado na popa ou na proa e, infelizmente -por conta de uma fiscalização ineficaz-, o carregamento começou no meio e recebeu nada mais e nada menos do que 400 toneladas de minério que, centralizada, acarretou um dos acidentes portuários mais ridículos de todos os tempos. O navio ficou em forma de “V” com a proa e a popa empinadas. O porto ficou sem condições de operar por um período de dois meses, causando prejuízos de milhões de dólares.
Temos também outros dois casos: o supercargueiro Vale Beijing, que sofreu um rasgo com caverna e tudo -provavelmente da âncora do Navio-, e o Berge Stahl, que partiu doze cabos de aço. Enfim, o mais intrigante é que a VALE sempre aborda as avarias, contudo nunca define as possíveis causas. Nesse último caso envolvendo o afundamento pela Marinha do navio de minério “Stellar Banner” no dia 12 desse mês, não se sabe exatamente o porquê do feito, visto que tivemos navios com avarias mais comprometidas e nem por isso os afundaram; levaram até o Rio de Janeiro para serem recuperados.
Portanto, ou o nosso governo como todo toma as rédeas e redefina todo esse protocolo de projetos e execução da VALE, ou então nossa população, Baías, fauna e meio ambiente sofrerão irrecuperáveis e trágicas consequências.